sexta-feira, 1 de abril de 2011

Deus não cabe em nossa cabeça

 Muitos pensadores realmente creem que Deus não existe. Essa conclusão é fruto de seu vasto conhecimento científico. Muitos físicos, químicos, filósofos, psicólogos, enfim, grandes cientistas, acham que Deus e a religião são meras criações da mente humana. Freud acreditava que a religião não passava de uma estratégia infantil para lidar com nosso desamparo. Muitos outros também escreveram obras – e, certamente, despenderam muito tempo de suas vidas – com a unica finalidade de “matar Deus” e desmerecer a religião.
Andei refletindo um pouco sobre a célebre frase de Santo Agostinho: "Se O compreendesses, Ele não seria Deus" . O que faz uma pessoa inteligente, definitivamente, não é a quantidade de informações que seu cérebro armazena, mas sim, a capacidade de conectar as coisas e dar novo sentido. Esse grande doutor da Igreja é uma prova cabal disso. Com uma frase, derruba todas as pretenções de conhecimento dos grandes cientistas, verdadeiras bibliotecas ambulantes. Explico a frase. A ciência, tal como a conhecemos hoje, fundamentou-se no famoso paradigma cartesiano. Segmentar para entender. Reduzir a vida a pequenas partes, na pretenção de compreender o todo. Modelo falido, diga-se de passagem, mas não sem importância. Entretanto, Deus não “obedece” essa regra. Não é possível dividir Deus em pedacinhos para compreendê-lo. Logo, a impossibilidade de compreender um Deus que foge de minha capacidade cognitiva gera uma angústia tremenda. É mais fácil para o ser humano aceitar que Ele não existe e fundamentar a vida somente no material, no explicável, no visível, no que é facilmente comprovado. Parece um equívoco o que digo, mas não é. Nós definitivamente não sabemos conviver com o desconhecido. Ele nos provoca, nos inquieta, nos amedronta. Quando não sabemos o porquê de algo, logo criamos significações para explicar. Daí os mitos, as teorias... todos fruto da ânsia de saber todos os porquês da vida. Tentar fazer Deus caber em nossa cabeça é criar um deus que não existe. É idolatria. O mesmo mal cometido pelos antigos hebreus com nova roupagem.
A ciência não pode ser substituta da fé. A fé é o que deve dar conta das coisas de Deus que estão para além de nossa compreenção. Não estou demonizando a ciência, pelo contrário. Estou apenas delimitanto seu objeto de estudo – para usar termos bem científicos. Também não se trata de ressuscitar a velha divisão mente-corpo cartesiana, mas reiterar o fato de que Deus não pode ser explicado com teorias simplistas que partem do ser humano. O fenômeno religioso não pode ser ponto de partida para o conhecimento de Deus. Por fim, termino com outra frase do grande santo agostinho: “Não queiras entender para crer; crê para que possas entender. Se não crês, não entenderás.

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