terça-feira, 31 de agosto de 2010

As Crônicas de Nárnia

Em dezembro de 2005, pudemos conhecer o fantástico mundo de “As Crônicas de Nárnia” apresentado pela Disney Pictures em parceria com a produtora Walden Media. Com todas as nuances de uma produção hollywoodiana, a história é uma das referências em efeitos especiais e segue a tendência desses tempos, de filmes ligados ao mundo da fantasia. Moda essa despontada com o sucesso da trilogia “O Senhor dos Anéis”.
Nesta concorrência acirrada do mundo cinematográfico, às vezes ficamos no meio do jogo, como ‘expectadores’ - no sentido concreto da palavra. Realmente, o que move esse meio são sempre interesses de mercado e não ideológicos. Usar um bruxo ou um leão “cristão”, não faz diferença para os interesses dos investidores. Mas, mesmo assim, vale esclarecer alguns aspectos que estão por trás deste universo.
J. R. R. Tolkien, escritor da trilogia “O Senhor dos Anéis”, era católico praticante e esboçou elementos da filosofia e moral cristãs em suas histórias. Já C. S. Lewis, escritor da série “As Crônicas de Nárnia”, era seu grande amigo, mas de família anglicana. Com as decepções que teve na juventude, abandonou o Cristianismo e só retornou a partir de uma conversa que teve com Tolkien e outro amigo, T. S. Eliot. Anos depois escreveu “As Crônicas de Nárnia” contando com vários vínculos da teologia cristã.
A figura central da história, que aparece no momento certo para resolver e concluir as situações, é o leão Aslam. Ele possui todas as características de um ser divino e lembra muito Jesus Cristo - tanto que no livro “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupas” ele se entrega à morte pelo erro (pecado) de um menino e até ressuscita. Mas o Leão nunca resolve as coisas de forma simplista, ele intervém após a ação necessária de crianças, como é o caso dos irmãos Pevensie.
No filme “Príncipe Caspian”, lançado recentemente, a história nos leva a refletir sobre a questão da apostasia - quando a sociedade abandona a fé em Deus. Nárnia está diferente do primeiro filme. O tempo segue a metáfora bíblica (2 Pedro) onde para os irmãos Pevensie passou-se um ano e em Nárnia passaram-se 1.300. As terras estão sombrias e dominadas por um rei usurpador, chamado Miraz. Desde que foi tomada pelo povo telmarino, os verdadeiros habitantes (animais falantes e seres mitológicos) estão escondidos na floresta, tratados como uma mentira do passado - vinculando aqui à forma como grupos ateus consideram ser a tradição de fé cristã uma mera história do passado. Os irmãos Pevensie regressam para ajudar o legítimo herdeiro, o Príncipe Caspian, a tomar o poder.
“As Crônicas de Nárnia” podem ser uma excelente ferramenta para a evangelização de crianças e adolescentes, se usadas de forma correta. Junte seu grupo e assista ao filme, promova partilhas e explore ao máximo esta temática cristã presente no filme. Desenvolva entre o grupo a reflexão sobre a importância do testemunho diante da descrença e também, com a figura do encontro de Lúcia com Aslam no filme, configure a questão da pureza de coração em nossa relação com Deus. E muito mais poderá ser descoberto e entendido ao ver o filme “Príncipe Caspian”. O apelo comercial e sua importância na indústria cinematográfica são uma premissa verdadeira e fazem parte do mundo em que vivemos. O senso crítico e poder analítico, também diante da tela, são grandes amigos.


Minha opinião: o primeiro filme é bem melhor!

Veja o encontro de Aslan (alegoria de Jesus segundo o próprio autor da óbra) e Lucy:

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