É a expressão de Bento XVI para caracterizar o regime filosófico imposta ao mundo contemporâneo. Desde o início do Conclave que o elegeu, o então Cardeal Joseph Ratzinger vem despertando os fiéis para responder a esse sistema, sintoma de uma sociedade que abdicou do pensamento.
Não poderia o Papa cunhar sentença mais feliz: ditadura do relativismo. Relativismo porque a idéia central é a ausência da verdade absoluta, tese já velha, que vem do século XVII. Mas é ditadura, também, e aqui está a novidade, pois é proibido sustentar o contrário. Todos têm um direito a tudo (até ao erro), menos direito a pensar que essa liberdade de errar é mera tolerância. Tudo, então, é relativo, exceto o próprio relativismo – e aí a petição de princípio. Já que a verdade é relativa, qualquer um é livre para acreditar no que quiser, menos defender que ela seja absoluta. Se o relativismo é um erro, pior ainda que não admite que a ele alguém se oponha.
Conseqüência lógica dos ideais iluministas – porque assim eliminam-se os adversários de seu errôneo programa –, parece tal cerceamento uma contradição. Sim, pois se a liberdade é absoluta e a verdade relativa – portanto, todas as idéias são igualmente aceitas, por que os defensores da liberdade relativa e da verdade absoluta são perseguidos? Então a liberdade não é tão absoluta, nem a verdade tão relativa!
O que está por trás disso não é o amor à liberdade, mas o ódio à verdade. Sob a capa de uma liberdade absoluta – que, aliás, seria imoral –, esconde-se a mais terrível das tiranias.
Na realidade, nem os que propugnam a verdade relativa nela acreditam. Pensam, no fundo, que ela é absoluta – pois negam a liberdade a seus opositores. Sua agravante é a hipocrisia. E a hipocrisia – atroz e autoritária – é sua arma principal.
Em guerra estão dois exércitos. O bem e o mal. A luz e as trevas. Os que dizem, com todas as letras, que a verdade é absoluta e a propõem aos homens, e os que também acham que é absoluta, mas disfarçam-na de relativa, e, desse modo, a impõem a todos.
Temos de reagir, antes que seja tarde.
Autor: Dr. Rafael Vitola Brodbeck
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