domingo, 28 de novembro de 2010

Coexistir

Acredito que seja importante fazer alguns esclarecimentos para a sociedade (pretensão é comigo mesmo...) e em especial a todos os cristãos nesse espaço público que tenho acesso. Confesso que carrego certo receio quanto ao choque que ele pode causar ao querido leitor, mas vamos lá. Nós cristãos seguidamente somos tachados de homofóbicos, preconceituosos, intolerantes, e mais um cacho de adjetivos pejorativos variados. Somos odiados até a última gota, talvez, por boa parte do movimento LGBT (para os menos informados, essa é a sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) e dos seus simpatizantes. A culpa é de quem? boa parte nossa.

A Constituição Federal Brasileira de 1988, no seu artigo 5º, estipula ser "inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”. Ótimo. Quer dizer que, como praticantes da religião católica, temos por lei assegurado nosso direito de professar a fé em Jesus Cristo e na Sagrada Escritura. A Bíblia, por sua vez, é clara e dura ao dizer a nós cristãos que o homossexualismo é errado. Eu tenho o direito de escrever isso nesse blog e, é inegável que, em uma sociedade civilizada esse direito precisa ser assegurado. Reafirmo: eu tenho o direito de expressar essa verdade bíblica. Mas eu não tenho o direito de julgar um irmão por ser homossexual. Eu não tenho o direito de ser preconceituoso, debochado, irônico ou até violento – e nós sabemos que há pessoas assim. Simplesmente não posso e não devo ser assim, porque o próprio Jesus me ensinou a amar e não a julgar. Não posso censurar uma pessoa por colocar em prática a liberdade que o próprio Deus deu a ela! Mas também não posso me isentar de dizer-lhe a verdade. Correção fraterna deve ser o nome disso, talvez. Chame como quiser.

O que estou falando não é nenhuma abominação, tampouco uma heresia. O próprio Catecismo da Igreja Católica diz, referindo aos homossexuais, que: “Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida, e se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição”.( §2358). Procedemos sempre assim? Aí entra nossa parcela de culpa pelos adjetivos com os quais nos qualificam.

Nós, como cristãos, devemos ser exemplos de amor ao próximo e não o oposto. Mais vale o que vivemos do que o que falamos. De que adianta falar de amor se com atos eu odeio meu irmão? A escritura fala “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? (I João 4,20) e ainda “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (I João 4,8). Não se trata de virar militante do movimento LGBT, calar-se ou achar que nós é que estamos errados. Trata-se de amar ou simplesmente coexistir respeitosamente... e deixar para Deus o papel de juiz de todos nós.

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