Certas coisas estão no plano do impossível. E se, aparentemente, se mostram como possíveis, estamos diante de uma mentira.
Assim como é impossível encontrarmos um "heterossexual gay", pois são situações excludentes, não podemos ter nada que contenha, em sua natureza, elementos contraditórios. Alguém que se declara pela monarquia não pode se dizer republicano. Quem tem um pequeno nariz não pode, ao mesmo tempo, ter um nariz enorme. Não podemos ser budistas e muçulmanos ao mesmo tempo, ou ateus e crentes.
São exemplos bobos, admito. Mas, para ilustrar quão bobo é um movimento que vem crescendo nos Estados Unidos e que, em sua natureza, abriga termos contraditórios, o que o torna híbrido e sem fundamento.
"Católicas pelo Direito de Decidir", ou "Catholic For Free Choice" (CFFC), entidade que vem causando um grande mal aos bispos norte-americanos por clamarem o direito de decidir se querem ou não fazer o aborto, é como o "heterossexual gay", ou como o "monarquista republicano". No ser do católico está a obediência ao que ensina a Igreja, pois ele que crê que seus hierarcas são apenas depositários da Verdade, e não donos da mesma. Para o católico, o papa não pode mudar a doutrina, pois Sua Santidade não a inventou, mas a recebeu. O católico crê ser a doutrina da Igreja o ensinamento do próprio Deus.
Se essa crença é verdadeira, não nos cabe discutir aqui. Mas, ela revela o que é ser católico. Uma pessoa não pode sair por aí se declarando espírita e negando os fundamentos principais da doutrina que diz professar. Esse sujeito não seria espírita, por mais que berrasse e esperneasse.
Ninguém é obrigado a se tornar católico. É um ato livre. Me convenço que o magistério da Igreja Católica está correto, e me posiciono católico. Só é católico quem está convencido de que a doutrina pregada por essa instituição é correta. Se não aceito um ponto de doutrina, o que estou fazendo de tão importante que ainda não fundei minha própria igrejola ou me juntei a outra corrente de pensamento?
E o ensino católico é absolutamente contrário ao aborto em toda e qualquer circunstância. Concorde ou discorde o leitor dessa orientação da Igreja, deve ele, pelo menos, admitir que um católico, para ser coerente, não pode defender o aborto. Se o defende, já não é mais católico.
"Mas, eu gosto de rezar a Ave Maria. Eu vou à missa. Só que defendo o aborto. Não sou católico por esse pequeno detalhe?" Sinto dizer... Não é... Como um espírita não é espírita se não acredita na comunicação com as almas desencarnadas. O cerne da doutrina espírita é essa comunicação. Quem não crê nisso, não é espírita. Nada mais lógico.
Um católico não é católico porque vai à missa, ou porque reza o Pai Nosso e a Ave Maria todas as noites. O católico não pertence a uma religião porque a herdou dos pais, ou porque um dia foi batizado. É católico porque está plenamente convencido de uma verdade, que inclui a condenação ao aborto. Ao filiar-se na Igreja, assume-se essa posição. E essa filiação é livre! Como as mulheres são livres para abortar em alguns países. Mas, a liberdade de escolha estabelece opções, consequências. E a consequência de ser católico é ser anti-abortista por natureza.
Sem intolerância, mas com coerência, se ontologicamente o católico é contrário ao aborto, isto é, se na sua essência, no seu ser, naquilo que o caracteriza como tal, ele é contrário a essa prática, o "Católicas pelo Direito de Decidir" ou é impossível ou é uma mentira.
O que elas podem decidir é se são católicas ou são pelo direito de decidir...
Fonte: http://www.reinodavirgem.com.br/falsasdoutrinas/direitodedecidir.html Saiba mais: Catecismo da Igreja Católica, 836-838; 2270-2275.
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